Engenheira química formada na UFSC cria camiseta-repelente contra o mosquito da dengue

abr 30, 2015

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Camiseta e spray são feitos à base de uma planta e não trazem riscos à saúde e nem danos à natureza

 

A engenheira química, mestre e doutora Fernanda Checchinato, formada na UFSC, criou um método revolucionário e inédito para repelir insetos (inclusive o mosquito da dengue), o que pode ajudar a combater a doença em Santa Catarina, que já soma mais de 1 mil casos. Trata-se de uma camiseta-repelente e um spray (chamado Protec) para ser borrifado diretamente em tecidos (roupas, cortinas, sofás, tapetes, lençóis, etc).Composição do produto
Os dois repelentes são à base de permetrina, que é obtida do crisântemo, e que até então era utilizada apenas como pesticida e inseticida. “É um conceito novo a nível mundial, pois não existe um spray aerossol repelente específico para tecidos e que dure após várias lavagens”, explica a pesquisadora, que criou a empresa Aya Technology. Os produtos já são comercializados em vários Estados do país, inclusive em Santa Catarina.Para testar e comprovar a eficácia do repelente, mosquitos do Aedes aegypti foram criados em laboratório. A engenheira contou com a parceria de pesquisadores da Unicamp, como o professor e doutor Carlos Fernando S. Andrade, do Departamento de Biologia Animal. “Tecidos impregnados podem ser muito eficazes. Os mosquitos pousam na superfície deles e antes de picar, se intoxica, voa e cai ao chão, não transmitindo doenças”, explica ele.O produto é eficaz também contra pragas urbanas como ácaros, formigas, baratas, pernilongo, traças, pulgas, carrapatos e piolhos, insetos transmissores de doenças como leishmaniose, chikunguya, entre outras.Substância resiste no tecido a 70 lavagens
A pesquisadora, que fez doutorado na França e especialização no Japão, criou primeiramente a camiseta, em 2010, após dois anos de estudo. “Para que a substância permaneça no tecido, ela é fixada quimicamente. O efeito repelente resiste a até 70 lavagens”, explica.Fernanda percebeu que o produto precisava ser melhor adaptado às necessidades do consumidor. Então, no ano passado, lançou o spray aerossol que pode ser aplicado em tecidos. Além de não ter cheiro, não mancha e não causa alergia.Ela explica que o spray Protec é bem mais seguro do que os repelentes e inseticidas tradicionais. “Ele afasta os insetos sem a necessidade de as pessoas respirarem o produto ou terem que aplicar na pele, duas formas de utilização que possuem risco de intoxicação e alergias”, afirma. O produto pode ser utilizado por pessoas de qualquer idade – inclusive crianças, idosos e gestantes.O veterinário sanitarista Anderson Cougo comprovou a eficácia do spray. Ele testou o produto durante um mês com 50 trabalhadores que realizavam atividades de topografia na Amazônia Legal, onde a densidade de insetos é muito grande. “Para nossa surpresa, nenhum trabalhador foi picado. Num outro grupo que não utilizou o spray, foram registradas picadas e houve relato de grande quantidade de vetores no local de trabalho”, afirma.Já o comerciante Gilmar Miranda faz uso do spray repelente há cerca de um ano em sua residência, que fica numa região de mata. “Comprei para espantar os mosquitos, e além deles, o produto foi muito eficaz também em matar baratas. Hoje não tem nenhum tipo de inseto em casa”, afirma. Ele conta que aplica o produto nas cortinas, tapetes, sofás e camas. “É bem melhor do que aqueles aparelhos de tomada ou spray comuns, em que o produto fica no ar e a gente respira”, diz.Produtos para várias situações
Os repelentes da Aya Tech são indicados para vários tipos de situações, como na prática de atividades e esportes ao ar livre, acampamentos, escola (no uniforme e em tiaras e elásticos para repelir piolhos) e ainda em pequenos animais domésticos para proteger contra pulgas e carrapatos.Em casa é possível fazer pequenas dedetizações para afastar baratas, formigas e pernilongos. Podem ser muito úteis também em uniformes de coletores de lixo, bombeiros, operários da construção civil, agentes sanitários, militares, pessoas que trabalham em matas, entre outros.Por se tratar de um produto inédito no Brasil (tecido que repele insetos), a Anvisa não fez a sua regulamentação. A agência informou que o produto não se encaixa em nenhuma das suas categorias catalogadas.Mais informações: www.aya-tech.com.br Sobre a pesquisadora
Fernanda Checchinato é formada em Engenharia Química pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Fez mestrado na UFSC na área de Engenharia de Materiais, com ênfase na área cerâmica e metalurgia do pó. O doutorado em Engenharia de Materiais, na área de materiais poliméricos, ocorreu na UFSC e no Centro Nacional de Pesquisa Científica, em Lyon, na França. Foi convidada pelo governo japonês a fazer um curso de especialização em Osaka. Criou a Aya Tecidos Inteligentes, depois transformada em Aya Tecnology em 2014.

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